Saúde

Cuide bem do seu intestino

A obstipação intestinal crônica ou intestino preso é um problema muito freqüente nos dias atuais. Cerca de 20% das pessoas reclamam que não evacuam todos os dias, como seria o normal. Isso traz desconforto abdominal, gases em excesso (flatulência), e ressecamento das fezes, o que por sua vez pode gerar problemas no reto, como fissuras, sangramentos e dores para evacuar.

A alimentação e o ritmo de vida modernos estão contribuindo para o aumento desse problema. Aquilo que é mais “fácil” e rápido de ingerir não é, definitivamente, o mais saudável. Pão com hambúrguer, frituras, refrigerantes, bata frita, leite e açúcar dominam cada vez mais o cardápio brasileiro.

O aumento de consumidores nas redes de alimentação rápida é diretamente proporcional ao dos pacientes nos consultórios de doenças gastrintestinais.

O tipo mais freqüente de obstipação intestinal é a chamada funcional. Outras causas de obstipação, porém menos freqüentes, são hipotireoidismo, diabetes, doença de chagas, uso de alguns medicamentos como analgésicos, antiácidos à base de cálcio e alumínio, antidepressivos e sais de ferro.

Algumas pessoas crêem que seu problema intestinal seja hereditário. Quando toda uma família tem dificuldade de funcionamento intestinal, o que mais freqüentemente ocorre é todos terem os mesmos hábitos de vida que levam à obstipação.

As principais causas de obstipação funcional são as seguintes: 

DIMINUIÇÃO DOS REFLEXOS EVACUATÓRIOS

É importante evacuar de manhã. A milenar Tradicional Medicina Chinesa já considerava isso, antes mesmo de a civilização ocidental se desenvolver. E por uma simples razão: evacuando de manhã, aliviamos nosso metabolismo. Sem desconforto abdominal, conseguimos pensar melhor, atuar melhor, viver melhor.

Normalmente, existem três reflexos evacuatórios cuja função é promover o funcionamento intestinal diário e matinal:

  1. O reflexo ortocólico (quando acordamos e ficamos em pé);
  2. O reflexo gastrocólico (causado pela chegada do desjejum ao estômago, que se distende e lança o aviso para a medula espinhal, que avisa ao intestino ser hora de funcionar); e
  3. O reflexo colocólico ( provocado pela entrada do bolo fecal no ceco).

Os reflexos fisiológicos não passam pelo cérebro. Isto é, o impulso nervoso parte de um órgão, vai até a medula espinhal e volta para outro órgão ou para o mesmo. Porém, conscientemente, o reflexo pode ser inibido. Muitas pessoas estão apressadas, correndo para ir trabalhar ou estudar e suprimem essa vontade.

Quando, dia após dia, ano após ano, esses reflexos deixam de ser atendidos por restrição de tempo, eles se tornam quase imperceptíveis. Quase. Como reflexos fisiológicos, podem ser desenvolvidos novamente. Qualquer um pode, mediante a disciplina, reeducar seu organismo e criar o hábito de evacuar todas as manhãs.

FALTA DE ÁGUA

Os que sofrem de obstipação intestinal, freqüentemente se esquecem de tomar água. Sem água, nada funciona bem, especialmente o intestino e os rins.

SEDENTARISMO

Caminhar também ajuda. O sedentarismo leva à obesidade que leva ao enfraquecimento da musculatura abdominal, diminuindo a força para evacuar.

FALTA DE FIBRAS NA DIETA

A lista a seguir apresenta os principais inimigos do bom funcionamento intestinal:

  • Leite;
  • Açúcar e doces (principalmente chocolate);
  • Farináceos refinados em excesso (pães, bolachas, biscoitos);
  • Carne vermelha;
  • Gorduras e frituras;
  • Batata; e
  • Arroz branco.

O leite merece destaque (negativo). Embora seja um alimento importantíssimo para o desenvolvimento da criança, freqüentemente os adultos não conseguem digeri-lo adequadamente, ocasionando gases (flatulência) e ressecamento intestinal.

Boa parte das pessoas, durante o desenvolvimento orgânico, deixa de produzir em quantidade suficiente a enzima lactase, que digere o açúcar do leite (lactose). Açúcar não digerido no tubo digestivo fermenta e produz gases.

Quando estudamos zoologia, vemos que nenhum mamífero adulto mama – somente os seres humanos o fazem e também os animais que domesticamos, porque os acostumamos assim.

Bebês alimentados com leite materno dificilmente têm intestino preso. Já aqueles que recebem leite de vaca, especialmente quando não bem diluído em água ou quando acrescidos de farináceos, freqüentemente apresentam fezes ressecadas e cólicas abdominais. As mães devem ouvir o médico pediatra a fim de receber as orientações alimentares mais adequadas. Massagens abdominais, no sentido horário, com óleo de camomila podem ser úteis para aliviar tais cólicas.

Algumas frutas, embora saudáveis de maneira geral, são obstipantes, isto é, prendem o intestino. As principais são a maçã, banana maçã, caju e goiaba.

Os alimentos que favorecem o bom funcionamento intestinal são aqueles ricos em fibras que não são absorvidas, como as verduras (folhas verdes), algumas frutas (laranja, mexerica, manga, mamão, uva, ameixa, figo, abacate), alguns legumes como o brócolis, sementes (linhaça), milho, mel e coalhada natural.

Alguns chás são excelentes estímulos para que o intestino se regule, como o senne (cássia angustifólia), porém com o uso continuado passa a não ter o efeito que tinha inicialmente. É como se o intestino se acostumasse ao chá. Isso também ocorre com a maioria dos medicamentos laxantes e,por isso, estes só devem ser usados transitoriamente e com acompanhamento médico.

O que de fato corrige a obstipação intestinal funcional é a mudança do ritmo de vida, alimentação adequada, água e caminhada diária. Se existirem dúvidas quanto ao tipo da sua obstipação ou se ela não melhorar totalmente com essas medidas você deverá consultar um médico.

Num país, onde se podem produzir tantos alimentos saudáveis, a globalização da alimentação – desrespeitando as características regionais – nos reduz a “papa hamburguers” de intestino preso e barriga estufada.

A saúde passa ao longe das cadeias de alimentação rápida, desvia da esquina depressa com o sedentarismo e, calmamente, se senta para comer um bom prato de salada de agrião com azeite de oliva, orégano e manga. Está servido?

Notícia: Comida “trash” aumenta a FOME – Revista VIVER Nutrilite – Dez/05

Um farto hambúrguer e um grande copo de refrigerante têm tudo para garantir a saciedade por algumas horas. Afinal de contas, essa é uma refeição que oferece proteínas, gorduras e carboidratos.Porém, ocorre o contrário quando ingerimos esse tipo de comida, também conhecida como trash.

Apesar de hipercalóricos, os carboidratos presentes nesses alimentos têm alto índice glicêmico, ou seja, logo depois de digeridos elevam rapidamente as taxas de açúcar no sangue.

A ausência de fibras nessa refeição contribui ainda mais para acelerar a liberação de insulina no sangue. Para equilibrar essa situação, o organismo responde com uma queda brusca de glicose (hipoglicemia) e é justamente nessa variação que se dá fraqueza e sensação de fome, com o cérebro comandando que a pessoa volte a comer em menos de uma hora.

Portanto, evite incorporar à sua dieta comida do tipo trash. Afinal, para manter a boa forma e a saúde também são necessários alguns sacrifícios.

:: Conceição Trucom ::

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