Saúde

Obesidade 2/3

UM PANORAMA GLOBAL

No mundo, existem atualmente 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso; isso equivale a 30% da população mundial. E ainda, de 1980 a 2013, a obesidade e o sobrepeso, em conjunto, aumentaram 27,5% entre os adultos e 47,1% entre as crianças.

Os dados citados fazem parte de uma pesquisa realizada em 188 países – incluindo o Brasil, pelo Instituto de Métrica e Avaliação para a Saúde (IHME) da Universidade de Washington e publicado na edição da revista científica “The Lancet”.

Quando falamos especificamente do Brasil, 52,5% dos homens com mais de 20 anos e 58,4% das mulheres da mesma faixa etária apresentam sobrepeso ou obesidade.

Entre os garotos com menos de 20 anos, essa parcela é de 22,1%. Entre as garotas, o índice é de 24,3%. O Brasil fica acima da média global de obesidade, mas abaixo de países como Estados Unidos, Reino Unido, México e Bolívia.

GORDURA MARROM VERSUS GORDURA BRANCA

Com o aumento alarmante da obesidade, diversos estudos fizeram importantes descobertas de como a gordura se comporta em nosso organismo e até que mesmo que existem dois tipos de tecido adiposo que desempenham funções diferentes no organismo humano, são eles: a gordura marrom e a gordura branca.

A gordura marrom é responsável por regular a temperatura do organismo e está presente em todos os seres, especialmente aqueles que vivem em regiões frias ou que passam pelo processo de hibernação.

Por isso, este tipo de gordura não é considerada ruim e pode até mesmo trabalhar a favor do metabolismo humano, auxiliando na perda da gordura branca, que vamos tratar mais para frente. Do total de gordura presente em nosso organismo, apenas de cinco a dez por cento é composto do tecido adiposo marrom e seu acúmulo se da, principalmente, na nuca, costas e ao redor dos órgãos vitais.

Em dias mais frios, este tipo de gordura é ‘ativado’ e passa que ocorra a produção de calor por meio da queima da gordura branca, processo que pode facilitar o emagrecimento.

A gordura marrom, não pode ser consumida por meio de alimentos pois ela deriva de processos do nosso organismo e não de fontes externas. No entanto, já existem estudos que associam o consumo de alimentos ricos em Ômega 3 com o aumento de produção do tecido adiposo marrom, porém nada que ainda seja efetivamente anunciado pela comunidade científica em todo o mundo.

Já a gordura branca, é que conhecemos comumente e está associado ao estilo de vida sedentário e a alimentação desregrada. Esse tipo de tecido adiposo se acumula nas camadas mais externas do nosso corpo e é responsável pela obesidade. Além disso, as células desse tipo de gordura funcionam como verdadeiros elásticos e pode aumentar de tamanho à medida em que alimentos com alto índice energético são consumidos e não são gastos por meio da produção de energia para as funções do corpo.

A gordura branca também funciona como uma proteção do organismo por evitar que impactos e choques afetem diretamente os músculos e órgãos do corpo humano.

Por ser facilmente acumulada e estar presente de maneira uniforme em nosso corpo, a gordura branca é considerada perigosa, podendo se infiltrar entre os órgãos e corrente sanguíneos, processos que, comprovadamente, aumentam em até 30% o risco de acidentes vasculares, como por exemplo o ataque cardíaco e o acidente vascular cerebral (AVC). Em pacientes que apresentam obesidade, o risco da gordura branca é ainda maior, pois também está associado ao desenvolvimento de diabetes, pressão alta e outras doenças do metabolismo.

AS RAZÕES PARA O ACÚMULO DE PESO

Existem milhares de razões para o acúmulo de peso, que podem varias desde aspectos fisiológicos – aqueles produzidos pelo nosso corpo ou até mesmo por aspectos psicológicos. No entanto, entre os mais comuns estão:

• Estilo de vida sedentário

A falta de uma atividade física frequente é uma das maiores causas para a obesidade conhecida na atualidade.

Com a melhora gradual da tecnologia que nos cerca no dia a dia, a comodidade aumentou consideravelmente e com ela, a necessidade de se deslocar a pé, subir escadas e conseguir o próprio alimento também.

É fundamental, que este tipo de comodidade não suprima a necessidade que nosso corpo possui de estar em movimento para que a saúde, não somente física, mas também mental, esteja em dia.

• Alimentação desregrada

A alimentação desregrada também pode ser considerada um dos maiores fatores de risco que podem levar a obesidade.

Seja em função da correria do dia a dia, praticidade, não gostar de alimentos saudáveis ou todos esses fatores juntos; a verdade é que a alimentação saudável é fundamental para quem não ver o ponteiro da balança nas alturas.

O ambiente que estamos inseridos também é um forte influenciador da maneira que nos alimentamos, por isso, é importante olhar também ao redor para entender se não existem diferentes interferências do ambiente que favorecem o acúmulo de gordura.

• Desequilíbrio hormonal

Diversas funções do organismo são desempenhadas graças aos hormônios, que nada mais são que estruturas capazes de enviar sinais para nosso corpo e assim regular diversas funções, como o período fértil nas mulheres, o crescimento e também o apetite.

Por isso, caso exista a produção insuficiente ou em excesso desses ‘sinalizadores’ o nosso corpo pode estar mais propenso a desenvolver problemas e facilitar o acúmulo de gordura.

Um dos melhores exemplos nesse caso é o hipotireoidismo que é caracterizada como uma deficiência na produção dos hormônios da tireóidea e pode resultar na perda de peso sem razões plausíveis.

• Doenças psicológicas

Entre a comunidade médica-científica, as doenças originadas em razões psicológicas estão entre as maiores causas da obesidade, fato que até há alguns anos atrás era considerado irrisório entre a comunidade científica.

Porém, com o aumento significativo de doenças como a depressão, ansiedade e até mesmo o stress foi comprovado que existem quedas significativas em hormônios associados ao bem estar (como é o caso da Serotonina) e o aumento considerável de hormônios responsável pelo aumento de peso e diversas outras doenças (como é o caso do Cortisol).

• Fatores genéticos

Já é sabido pelos médicos também que os genes que herdamos dos nossos pais também possuem uma participação considerável na propensão ao desenvolvimento de distúrbios como é o caso da obesidade.

Fatores como a regulação do apetite, rapidez metabólica, facilidade na digestão e produção de alguns tipos de hormônios, são todos fatores que podem ser fortemente influenciado pelos genes e acabar resultando em problemas com o peso.

• Outras patologias

Doenças que afetam os aspectos fisiológicos do corpo também são responsáveis pelo acúmulo de peso, como é o exemplo do da síndrome de Cushing – caracterizada pelo ganho de peso na região abdominal, no pescoço e está relacionada também a fatores como depressão e osteoporose; e também o caso da diabetes tipo 2.

Existem diversos fatores que podem desencadear doenças que levem ao aumento de peso, por isso, é fundamental que seja feito acompanhamento médico regular.

CONSEQUÊNCIAS PARA O ACÚMULO DE PESO

Já foram citadas muitas consequências para o acúmulo de peso, porém é fundamental que as mais comuns sejam totalmente explicadas e que os pacientes que apresentarem problemas com obesidade saibam reconhecer os sintomas e procurar ajuda caso haja necessidade.

Entre as consequências mais comuns para o acúmulo de peso estão:

• Diabetes tipo 2

É também chamada de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto e corresponde a 90% dos casos de diabetes diagnosticados no Brasil. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade embora, na atualidade pode ocorrer com maior frequência em crianças e jovens , em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana.

Neste tipo de diabetes o corpo ainda é capaz de produzir insulina porém, sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas da hiperglicemia. Por ser pouco sintomática, este tipo de diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro.

• Pressão alta ou hipertensão

Hipertensão ou pressão alta, é caracterizada por apresentar a pressão arterial, sistematicamente, igual ou maior que 14 por 9. A pressão se eleva por vários motivos, no caso de pacientes obesos, o acúmulo de gordura e também do colesterol pode resultar na dificuldade de circulação do sangue e também do acúmulo de líquidos no corpo.

As consequências da pressão são inúmeras: alta ataca os vasos, coração, rins e cérebro. Os vasos são recobertos internamente por uma camada muito fina e delicada, que é machucada quando o sangue está circulando com pressão elevada. Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper. Quando o entupimento de um vaso acontece no coração, causa a angina que pode ocasionar um infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso, leva ao derrame cerebral ou AVC. Nos rins podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos órgãos. Todas essas situações.

• Apneia do sono

A apneia do sono não se trata de um simples ronco. Na apneia, o barulho também vem acompanhado por engasgos e ausência de respiração. Essas pequenas pausas na entrada de ar chegam a diminuir a concentração de oxigênio no sangue.

É daí que derivam as consequências mais sérias do distúrbio. A redução de oxigênio superativa o sistema nervoso, que eleva o ritmo dos batimentos cardíacos e estimula a contração dos vasos sanguíneos.

• Câncer

Sim, alguns tipos de câncer também estão associados a obesidade, como o de mama na pós-menopausa, o de cólon e reto, de útero, da vesícula biliar, do rim, fígado, ovário, próstata, mieloma múltiplo (células plasmáticas da medula óssea), esôfago, pâncreas, estômago e tireoide.

Não existem ainda pesquisas que comprovam a ligação direta da incidência desses tipos de cânceres ao acúmulo de gordura, porém o número de pacientes que apresentam obesidade e desenvolveram estes tipos de câncer aumentam todos os anos no mundo.

As doenças citadas acima são as que mais possuem ligação com a obesidade, porém transtornos como doença do fígado gorduroso, refluxo gástrico e cálculos biliares também estão comumente associadas a doenças e podem agravar ainda mais o quadro de saúde pacientes.

Fonte: https://deber.com.br/obesidade/

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