Obesidade – 1/3
A obesidade ocorre quando seu corpo consome mais calorias do que queima. No passado, muitas pessoas pensavam que a obesidade era simplesmente causada por falta de exercícios físicos, resultante da falta de força de vontade e autocontrole.
Embora estes sejam fatores contribuintes significativos, os médicos reconhecem que a obesidade é um problema médico complexo que envolve fatores genéticos, ambientais, comportamentais e sociais. Todos esses fatores desempenham um papel na determinação do peso de uma pessoa.
Pesquisas recentes mostram que, em alguns casos, certos fatores genéticos podem causar alterações no metabolismo do apetite e da gordura que levam à obesidade. Para uma pessoa que é geneticamente propensa ao ganho de peso (por exemplo, tem um metabolismo mais baixo) e que leva um estilo de vida inativo e insalubre, o risco de se tornar obeso é alto.
Embora a composição genética de uma pessoa possa contribuir para a obesidade, esta não é a causa primária. Fatores ambientais e comportamentais têm maior influência no consumo excessivo de calorias provenientes de alimentos ricos em gordura e fazer pouca ou nenhuma atividade física diária a longo prazo levará ao ganho de peso.
Fatores psicológicos também podem favorecer a obesidade. Baixa auto-estima, culpa, estresse emocional ou trauma podem levar a excessos como um meio de lidar com o problema.
FAZENDO O DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de obesidade é geralmente baseado em um exame físico e um histórico do paciente (de hábitos alimentares e de exercícios físicos).
Uma medida chamada índice de massa corporal (IMC) não mede diretamente a gordura corporal, mas é uma ferramenta útil para avaliar o risco para a saúde associado ao excesso de peso ou obesidade. O IMC é calculado usando quilogramas (kg) e metros (m).
O IMC é calculado da seguinte forma: IMC = peso corporal (kg) ÷ altura² (m)
Você tem que dividir o peso (em quilogramas) pela altura ao quadrado (em metros).
Por exemplo: vamos supor que uma pessoa pesa 90 Kg e tem 1,70 m de altura.
A conta do IMC ficará assim: 90/(1.70 x 1.70) => 90/2,89 = 31,14. O IMC dessa pessoa é de 31,14. Após fazer essa conta basta comparar com a tabela abaixo para ver em qual classificação o resultado se encaixa. De acordo com a tabela, um IMC 31,14 está dentro da faixa Obesidade de Grau I.
Imc | Classificação | Possíveis consequências |
Menor do que 16 | Magreza grave | Insuficiência cardíaca, anemia grave, enfraquecimento do sistema imunológico |
A partir de 16 e menor do que 17 | Magreza moderada | Infertilidade, queda de cabelo, falta da menstruação |
A partir de 17 e menor do que 18,5 | Magreza leve | Estresse, ansiedade, fadiga |
A partir de 18,5 e menor do que 25 | Saudável | Menor risco para doenças |
A partir de 25 e menor do que 30 | Sobrepeso | Fadiga, varizes, má circulação |
A partir de 30 e menor do que 35 | Obesidade Grau I | Diabetes, infarto, angina, aterosclerose |
A partir de 35 e menor do que 40 | Obesidade Grau II (Severa) | Apneia do sono, falta de ar |
A partir de 40 | Obesidade Grau III (Mórbida) | Refluxo, infarto, AVC, dificuldade de locomoção, escaras |
A classificação acima não se aplica a pessoas com menos de 18 anos de idade, mulheres grávidas ou mulheres que estão amamentando. Para pessoas com 65 anos ou mais, a faixa “normal” é maior, começando ligeiramente acima de 18,5 e se estendendo até a faixa “acima do peso”.
Os médicos também podem usar outras medidas, como o tamanho da cintura, para avaliar os riscos à saúde associados ao excesso de gordura abdominal. Quando o IMC e o tamanho da cintura indicam um alto risco de problemas de saúde, testes adicionais também podem ser realizados.
TIPOS DE OBESIDADE
Como é possível constatar no quadro de controle do IMC, existem diferentes níveis de obesidade e cada um deles exigem diferentes tratamentos e também diferentes consequências ao corpo humano.
• Sobrepeso
Antes do paciente ser considerado obeso, ele alcança o patamar de sobrepeso, caracterizado no IMC por valores entre 25 e 30. Neste caso, o paciente ainda não é obeso, mas já pode apresentar sintomas da obesidade, tais como elevações na taxa glicêmica e no colesterol, fadiga excessiva após esforço físico, entre outros.
É importante salientar que o sobrepeso não é considerado doença assim como a obesidade, porém exige cuidados para que o quadro não evolua. Nesta etapa, o ganho de peso pode ser resolvido por meio de mudanças nos hábitos alimentares e exercícios físicos.
• Obesidade
A obesidade é diagnosticada, de maneira geral, quando o IMC do paciente ultrapassa o valor de 30. Nestes casos, já é possível falar com maior probabilidade nos riscos de doenças como hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e outras condições que tenham a obesidade como fator de risco.
O acúmulo de gordura na região abdominal já nítido e pode estar associado também a gordura visceral – grande fator de risco para doenças cardiovasculares.
Nesse estágio, apesar das consequências na saúde, ainda é indicado que o paciente procure os meios mais indicados para a perda de peso como a alimentação equilibrada e a prática regular de atividades físicas, porém, remédios inibidores de apetite e acompanhamento psicológico já podem ser indicados.
• Obesidade mórbida
É considerado que o paciente sofre de obesidade mórbida quando seu IMC é maior que 40. Neste estágio da obesidade, o paciente, além de todos os problemas associados à doença, passa a ter severas dificuldades de locomoção e as chances de volta ao peso normal por meio apenas de reeducação alimentar e exercícios físicos é reduzida.
Com a dificuldade de locomoção e alto risco de sofrer com graves consequências, nesse estágio o acompanhamento médico deve ser frequente e sob indicação médica e psicológica, estes pacientes podem realizar a cirurgia bariátrica para redução de estômago e assim fazer que haja uma perda de peso significativa – que são muito necessárias nesse caso.
• Obesidade infantil
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, a obesidade infantil é um dos problemas de saúde pública mais graves do século 21.
A incidência da obesidade infantil mais que dobrou nos últimos 30 anos e, atualmente, uma em cada três crianças sofrem com a doença em todo o mundo. Além dos mesmos problemas ligados à obesidade de adultos, a obesidade infantil é ainda mais perigosa por se instalar num organismo ainda em formação e dificultar o tratamento durante os estágios de desenvolvimento e maturação de órgão reprodutores e também crescimento (fase conhecida como estirão).
A obesidade infantil merece atenção redobrada, principalmente, devido ao fato desta etapa da vida os pacientes não possuírem completo controle sobre seus hábitos alimentares e as razões da obesidade podem ser causadas pela falta de cuidado com a alimentação ou doenças graves que se manifestam ainda nessa etapa da vida, porém, neste último caso, as situações são raras e devem ser interpretadas de maneira isolada pelo médico.
Fonte: https://deber.com.br/obesidade/