Alimentação

Cerveja como Bebida Esportiva: Qual a Ciência por Trás Disso?

É crescente a participação de mercado e tremenda a popularidade das bebidas esportivas, particularmente nos EUA.

Porém, elas são uma escolha terrível! São vendidas em excesso para crianças e adolescentes e promovidas como uma necessidade, mesmo após atividades leves.

Agora especula-se sobre o papel de outra bebida esportiva… Eu me refiro à cerveja sem álcool.

Embora possa ser difícil vincular diretamente a bebida não-alcoólica ao sucesso da Alemanha nas Olimpíadas de Inverno de 2018, o país empatou em primeiro com a Noruega com 14 medalhas de ouro e ficou em segundo lugar com uma contagem total de 31 medalhas.

Será que a cerveja não-alcoólica pode ter sido parcialmente a responsável pelo sucesso impressionante da Alemanha nessas Olimpíadas?

Qual será a ciência por trás da cerveja como bebida esportiva? É uma bebida eficaz para reidratação e recuperação?

Para nós, esse uso realmente é uma novidade, mas a cerveja não-alcoólica está presente na Alemanha desde 1973, sendo que apenas nas últimas décadas as cervejarias têm sido mais intencionais sobre lançar produtos não-alcoólicos para consumidores preocupados com a saúde.

Segundo o Dr. Johannes Scherr, médico da equipe alemã de esqui e professor de medicina esportiva na Universidade Técnica de Munique, a cerveja não-alcoólica tem participação importante nesses resultados obtidos.

Quase todos os seus atletas beberam cerveja sem álcool durante o treinamento e alguns continuaram bebendo como uma bebida de recuperação durante os Jogos de Inverno.

Pesquisas conduzidas por Dr. Scherr, em 2009, mostram os benefícios da “recuperação da cerveja” para atletas, além de combater a inflamação e reduzir as infecções do trato respiratório superior (IVAS).

Os atletas que beberam cerveja não-alcoólica sofreram menos infecção do trato urinário (ITU) do que atletas que receberam placebo. Além disso, os atletas que consumiram bebida não-alcoólica também apresentaram uma redução significativa da inflamação, o que lhes permitiu recuperar mais rapidamente entre as competições.

A ciência por trás da “cerveja de recuperação” para atletas

Esse estudo foi publicado em 2012, na revista Medicine and Science in Sports and Exercise. Envolveu 277 corredores masculinos saudáveis, entre 31 e 51 anos de idade, que participaram da Maratona de Munique. Cada corredor consumiu de 1 a 1,5 litro de cerveja sem álcool diariamente por três semanas antes e duas semanas após a corrida.

O grupo placebo recebeu uma cerveja não-alcoólica com os polifenóis removidos. O outro grupo recebeu o produto com os polifenóis.

O objetivo da pesquisa foi determinar se a cerveja não-alcoólica com polifenóis, que contém propriedades antioxidantes, antipatogênicas e antiinflamatórias, poderia beneficiar realmente os atletas.

A conclusão é que o grupo de corredores que bebeu cerveja, em comparação com o grupo placebo, apresentou:

  • redução de 20% na atividade dos glóbulos brancos, um bom indicador de inflamação
  • três vezes menos incidência de infecção do trato urinário (ITU) após as provas

Além disso, outro estudo publicado na revista Nutrients, em 2016, realizado no Chile com jogadores de futebol que beberam cerveja não-alcoólica antes de seus treinos, concluiu que eles ficaram melhor hidratados do que seus pares que beberam cerveja normal e água.

Cerveja sem álcool como bebida esportiva

Seu status de bebida à base de vegetais faz da cerveja sem álcool mais rica em nutrientes naturais do que as bebidas esportivas comerciais.

Apresenta altas concentrações de polifenóis de cevada e lúpulo, que geram poderosos efeitos de reforço imunológico, propriedades antivirais e regulam os genes que ajudam e controlam a inflamação, além de reduzirem o risco de doenças.

De acordo com a Runner’s World, “a cerveja é conhecida por incluir mais de 2.000 produtos químicos orgânicos e inorgânicos, incluindo mais de 50 polifenóis de cevada e lúpulo”.

Para ser eficaz como uma bebida de recuperação, a cerveja não-alcoólica tem que ser formulada adequadamente, diz o professor associado e nutricionista Ben Desbrow, Ph.D., da Griffith University, na Austrália.

Ela deve conter:

  • quantidade suficiente de carboidratos e eletrólitos para beneficiar seu corpo após o exercício, o que não ocorre com a cerveja tradicional.
  • formulação que forneça as propriedades benéficas de uma bebida de reidratação sem os efeitos desidratantes do álcool.
  • adição de sal, que proporciona uma melhor hidratação do que as composições tradicionais.
  • mudanças na concentração de eletrólitos da cerveja não-alcoólica parecem ter um impacto mais significativo na retenção de líquidos pós-exercício de um atleta.

Segundo Desbrow, “Uma bebida de cerveja bem formulada provavelmente não fará mais mal do que você provavelmente terá em uma bebida esportiva”.

Nova tendência na Alemanha

Conforme o surgimento das pesquisas científicas, o público começou a consumir a cerveja sem álcool.

Segundo a Euromonitor International, o consumo de cerveja não-alcoólica na Alemanha cresceu 43% de 2011 a 2016, mesmo com o declínio do consumo geral de cerveja.

Atualmente, os alemães são a segunda nação que mais consome bebidas não-alcoólicas, tanto é que eles vêm fazendo um trabalhado duro para desenvolver técnicas de fabricação de cervejas sem álcool: há mais de 400 cervejas não-alcoólicas disponíveis no mercado alemão.

As companhias cervejeiras apregoam que suas cervejas não-alcoólicas podem ser usadas exclusivamente como bebidas esportivas.

Nas grandes maratonas alemãs, como na de Berlim 2017, foram servidas 30 mil garrafas de cervejas sem álcool aos finalistas.

Qual é a melhor bebida esportiva?

As bebidas esportivas tradicionais apresentam alto teor de açúcar.

Essas bebidas de cores não naturais são preenchidas com ingredientes tóxicos, como corantes e sabores artificiais e xarope de milho rico em frutose.

Já a cerveja não-alcoólica tem um teor de açúcar menor do que a maioria das bebidas esportivas e contém alto teor de polifenóis, que a tornam uma escolha mais saudável do que bebidas comerciais esportivas.

Porém, as melhores bebidas de reidratação são: água pura e limpa, para períodos mais curtos de exercício moderado; e a água de coco, excelente para exercícios longos e extenuantes e competições.

Água de coco: sua melhor fonte de eletrólitos naturais

A água de coco, certamente é a melhor bebida de reidratação do planeta.

Apresenta incrível perfil nutricional, rica em eletrólitos naturais, tendo sido usada até por via intravenosa, a curto prazo, durante a Segunda Guerra Mundial, para ajudar a hidratar pacientes criticamente doentes em situações de emergência.

Aproveite essa maravilha, mas somente a natural e retirada do coco na hora. Evite aquelas vendidas em caixinhas e você terá uma Supersaúde!

Referências bibliográficas:

Fonte: Dr Rondó

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